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Arte e cultura

Expressões artísticas catalãs – parte 5: a arte surrealista

Escrito por Rodrigo

Quando pensamos em artes plásticas, nos vêm à mente imagens de pinturas, esculturas e outros artesanatos. E ao associarmos a palavra Catalunha ao termo inovação, a força dessas imagens artísticas cresce ainda mais.

As terras catalãs testemunharam, nas primeiras décadas do século XX, intensos movimentos artísticos que deixaram em evidência o poder criativo dos catalães. O Modernisme, nascido na Bélgica e plenamente adotado na França como a Art Nouveau, cedia protagonismo a um movimento que nasceu na França, por meio da publicação de um manifesto. A partir de então, as expressões artísticas catalãs ganhavam traços que fugiam à realidade e adentravam o mundo psíquico e imaginário. Neste artigo de ShBarcelona, vamos abordar a arte surrealista catalã.

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O movimento surrealista

"La persistencia de la memoria", um dos símbolos do surrealismo catalão

Foto por Visual Hunt

O Surrealismo teve como origem um manifesto publicado pelo escritor francês André Breton, em 1924. De acordo com as ideias presentes na publicação, o contexto pós-guerra necessitava um tipo de arte que levasse o ser humano ao seu íntimo, e assim, compreender melhor seu mundo interior.

Algumas das características das artes surrealistas são as representações abstratas e simbólicas da realidade interna do ser humano, ou seja, do inconsciente e dos sonhos. Nas pinturas, a realidade era transcendida por meio do uso de elementos pictóricos que remetiam ao caos, à incongruência, à fantasia e à animação do inanimado.

Na Catalunha, as expressões artísticas ligadas ao movimento surrealista possuem dois máximos representantes: Joan Miró e Salvador Dalí.

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A realidade surreal catalã

Terra Llaurada, considerada a primeira obra surrealista de Joan Miró

Foto por Visual Hunt

De todos os artistas ligados ao Surrealismo, Salvador Dalí, nascido em Figueres (1904), é considerado o mais expressivo. Boa parte da produção de suas obras tinha como base o método paranoico-crítico. Esse método nada mais era, segundo o próprio artista, que uma forma de reproduzir os processos criativos da mente que conectam imagens, em princípio, sem nenhuma conexão lógica. Suas melhores produções em tela, como La persistencia de la memoria (1931), El gran masturbador (1929) e Mercado de esclavos con el busto evanescente de Voltaire (1940) foram feitas sob o método paranoico-crítico. Parte do legado artístico de Salvador Dalí pode ser visto no Teatre-Museu Dalí, em Figueres, terra natal do artista.

Joan Miró, nascido em Barcelona (1893), buscou na paisagem de Mont-roig a inspiração para suas primeiras pinturas. A partir de 1920, já em Paris, estabeleceu contatos com um grupo de poetas ligados ao pintor surrealista André Masson. Em 1924, pintou Carnaval d’Alerquí, que foi a obra marcante na transformação do estilo artístico de Miró: os detalhes oriundos da observação milmétrica da realidade abriram espaço à fantasia e ao simbolismo. Miró foi considerado por André Breton, autor do manifesto surrealista, como “o mais surrealista do grupo”. Além de seu envolvimento com a pintura, Miró esteve ligado à produção de esculturas e peças de cerâmica, como o revestimento cerâmico de dois murais do edifício da UNESCO. O legado artístico deixado por Joan Miró está acessível na Fundação Joan Miró, que conta com pinturas, esculturas e mais de 8000 desenhos.

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Sobre o autor

Rodrigo

Tradutor, professor de idiomas e redator do portal de notícias Aqui Catalunha, o primeiro em língua portuguesa exclusivamente dedicado à Catalunha.

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