É o segredo pior guardado de Barcelona. Para conseguir maconha, basta ser sócio de uma das associações de cânabis espalhadas pela cidade, que não são poucas: 123, segundo os dados de 2015. E não é qualquer marijuana, nome da maconha em espanhol.
Os clubes competem entre si pela produção da melhor safra, até feiras, catas e concursos são organizados, e os assíduos destes lugares costumam ser são verdadeiros connoisseurs da arte maconheira.
Neste artigo, ShBarcelona relata um pouco sobre o mundo (não tão) secreto da maconha em Barcelona.
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O surgimento dos clubes da maconha
Daí você deve estar se perguntando: mas é legal? Dá para dizer que não é ilegal. Tudo começou com a Ley Corcuera, em 1992.
O que a lei pretendia era, entre outras coisas, restringir o uso de drogas, mas acabou deixando um vazio legal, permitindo o consumo em privado e o cultivo em associações sem ânimo de lucro.
Resultado: começaram a surgir os clubes fechados (também conhecidos como club privado em Barcelona). para sócios, que produzem sua própria maconha para consumo exclusivo dos membros e, portanto, não se trata nem de comércio nem de tráfico de drogas.
A moda pegou, claro. Basta assistir os filmes de Almodóvar, um gênio para retratar a sociedade espanhola, para saber que a maconha é popular na Espanha de longa data.
Vem a Barcelona por alguns meses?
Em Pepi, Luci, Bom y Otras Chicas del Montón (1980), Pepi cultivava a plantinha na varanda do seu apartamento. Atualmente, a Espanha o ocupa o terceiro lugar da Europa em número de consumidores de maconha.
Já existem 700 clubes de cânabis pelo país e a Espanha virou referência internacional. O “modelo espanhol” sempre acaba no debate dos países que estão considerando legalizar as drogas leves. Mas, em Barcelona, a proliferação deste tipo de associações foi tal que a Prefeitura resolveu interferir e regular a situação.
As novas medidas estabelecem uma distância mínima de 150 metros entre um clube e outro ou em relação a lugares com a presença de menores. Com isso, cerca de 80% das associações podem ser obrigadas a fecharem suas portas. Os demais poderão continuar operando dentro do vazio legal da Ley Corcuera.
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Restrições à maconha em Barcelona
Atenção que, mesmo que o debate sobre a maconha seja aberto e sem grandes tabus, há restrições legais para sua produção, consumo e comércio. Primeiro que está proibido consumir drogas em lugares públicos e as multas podem chegar a 300€.
Também fala-se muito sobre o cultivo caseiro como fazia a Pepi de Almodóvar, mas há novas leis do governo atual, principalmente a “Ley Mordaza“, que não são claras e isso pode ser arriscado.
A comercialização, obviamente, é crime. Nos clubes de maconha, aliás, tecnicamente não se vende drogas, por isso não há preço de maconha no sentido comercial. Os sócios pagam quotas anuais e contribuições voluntárias regulares para obter, assim, o direito de consumir o que é produzido pelo clube. Isto
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Para quem está de passagem por Barcelona, é difícil entrar num desses clubes porque é preciso provar residência na Espanha para poder ser sócio. Contudo, é uma das maneiras de como conseguir maconha na cidade.
Para os residentes, a taxa anual costuma ser de 10€, além das “contribuições” cada vez que quiserem exercer o direito de consumir o que o clube produz.
É difícil saber quais são os clubes que vão sobreviver à nova regulação da Prefeitura, mas neste link você pode conferir a lista completa de todas as associações de cânabis de Barcelona.
Conhecia este mundo (não tão) secreto da maconha em Barcelona?
E em Madrid, como que está? Abs!
Olá, Beto. Não temos essa informação sobre Madrid. Um abraço.
Mas pode visitar o clube pra tomar um chopp ou café?
Um Viva para a Espanha e o seu Modernismo!
E Sevilha?
Lugar maneiro no Sul da Espanha e fronteira com Portugal!